SUPERMERCADOS NO CEARÁ (28/6/2010)
Aberturas de novas unidades, reformas e ampliações comprovam interesse crescente pelo setor supermercadista
Não é à toa que, nos últimos anos, uma verdadeira “invasão” das bandeiras mais conhecidas do setor supermercadista mundial tem ocorrido no Estado, sobretudo, na Capital cearense. Segundo o presidente da Associação Cearense de Supermercados (Acesu), Aníbal Feijó, o chamariz desse fenômeno tem sido a maior expansão do segmento em relação à evolução média brasileira. “Enquanto no País, no ano passado, o faturamento cresceu 7% em média; no Ceará, passou de 10%”, citou.
Na opinião dele, as aberturas de novas unidades e as próprias reformas ou ampliações dos supermercados já existentes comprovam não só o interesse crescente pelo setor, como também, o incremento nas vendas e acirramento da concorrência. Este último ponto tem mobilizado os empresários locais para traçar estratégias de competitividade com esses gigantes varejistas.
União de forças
“A principal maneira de se manter firme no mercado é fazer o que já está se fazendo: criar centrais de compra e unir forças para fortalecer as compras e, também, as vendas, obviamente”, explicou Aníbal.
Para o diretor Administrativo e Financeiro do Sebrae/ CE, Airton Gonçalves, é imprescindível sensibilizar os pequenos comerciantes da importância da cultura cooperativista para o desenvolvimento dos negócios locais.
“O trabalho é despertar o associativismo nos empresários, deixando-os conhecer o que está acontecendo ao seu redor. A gente tem que provocar o debate, para criar condições deles começarem a se estruturar e traçar seus planejamentos”, comentou Airton, durante a realização do encontro “Apas 2010. Novidades, Tendências, Perspectivas e Desafios do Varejo Supermercadista”, realizado, neste mês, no auditório da Federação das Associações do Comércio, Indústria, Serviços e Agropecuária do Ceará (Facic), no Centro de Fortaleza.
O evento, que também contou com o apoio da Associação Cearense dos Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Acad), Acesu e do Instituto Macro, procurou apresentar o cenário atual e os novos formatos de supermercados que deverão ser implantados no mercado cearense nos próximos dois anos.
Novo perfil de consumidor
Conforme a palestra do consultor do Instituto Macro, Domingos Carvalho Cordovil, as transformações se devem por conta da mudança do perfil do consumidor, a partir do incremento do poder aquisitivo da população de baixa renda. Esse é mais um motivo para o interesse no público nordestino, que concentra boa parte das famílias brasileiras na faixa de renda das classes C, D e E. “No acumulado dos últimos anos, o setor no Ceará cresceu 16% ante 6%, em média, no Brasil”, destacou.
Para se manter no segmento
Na opinião de Domingos, algumas mudanças significativas são recomendadas para se manter no segmento: ampliar ainda mais as centrais de negócio, compreender que o cliente deseja atendimento rápido e confortável e oferecer outros serviços como refeições no interior das lojas. “Tem a questão da praticidade de se oferecer pratos prontos para o cliente consumir lá mesmo enquanto faz as compras. Isso é ampliar o negócio”, destacou.
Cultura cearense
Na opinião do presidente da Facic, Francisco Barreto, tão importante quanto expandir as 24 centrais de compras já existentes no Ceará é aliar essas novidades do mercado ao jeito cearense de se comercializar os produtos e serviços.
“Somos daqui e conhecemos a cultura do nosso povo. O importante é adaptar esse conceitos importados à nossa linguagem. Aqui, nós temos bons exemplos nacionais disso como a Super Rede, Uniforça e muitos outros”, exemplificou.
ILO SANTIAGO JR.
ESPECIAL PARA ECONOMIA
Fonte: Diário do Nordeste