Em Agosto
Segundo Sindilojas, consumidor optou por se conter, diante do cenário de preocupação com a crise internacional
O comércio varejista do Ceará desacelerou no último mês de agosto. Ajustadas sazonalmente, as vendas do varejo apresentaram variação negativa de 0,1% em relação ao volume comercializado no mês anterior, além de queda de 0,7% em receita nominal, interrompendo um trimestre com trajetória de alta.
Nas demais comparações, obtidas das séries originais sem ajuste – desconsiderando o calendário, feriados, além da identificação de valores atípicos – o varejo cearense registrou, em termos de volume de vendas, acréscimos da ordem de 8,4% sobre agosto do ano anterior e de 9,5% e 10,7% nos acumulados dos oito primeiros meses do ano e dos últimos 12 meses, respectivamente.
Para os mesmos indicadores, a receita nominal de vendas apresentou taxas de variação de 13,3%, 14,6% e de 15,9%, respectivamente.
Sazonalidade e crise
“Agosto tem um apelo muito fraco para o comércio, que é o Dia dos Pais. Por isso foi nele que mais sentimos o impacto de dois fatores. Em primeiro lugar, as medidas macroeconômicas adotadas no início do governo Dilma e depois a crise mundial”, afirma Cid Alves, presidente do Sindilojas-CE. Para ele, o cenário de contenção de despesas contribuiu para que os consumidores poupassem mais em vez de comprar, mesmo com a liberação de parte do Décimo Terceiro salário no setor público em agosto. “A maioria optou por manter suas reservas, para começar a gastar com a chegada do b-r-o-bró. Efetivamente é em setembro e outubro que esse dinheiro vai circular”, avalia.
Setores
O comércio varejista ampliado, que inclui o varejo e mais as atividades de veículos, motos, partes e peças, além de material de construção, registrou incrementos em relação ao mês anterior de 7,8% para o volume de vendas e de 9,6% para a receita nominal, sem ajuste sazonal. No acumulado do ano e dos últimos 12 meses, apresentou variação de 10,7% e 12,7%, respectivamente para o volume de vendas. Em relação ao volume de vendas, a atividade de veículos, motos, partes e peças registrou alta de 7,4% em relação a agosto de 2010. Já Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, teve ganhos de 9,1%.
A atividade de Livros, jornais, revistas e papelaria, teve retração de 4,6%, mas acumula 29,1% de alta no ano.
No País
No Brasil, o comércio varejista apresentou, em agosto, variação negativa de 0,4% para o volume de vendas e 0,3% para a receita nominal, em relação ao anterior com ajuste sazonal. Esse foi o segundo resultado negativo do ano de 2011.
ÂNGELA CAVALCANTE
REPÓRTER Fonte http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1054937
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70% de demissões sem justa causa
Falta de qualificação e elevada rotatividade explicam alto índice de demissões sem justa causa em todo o País
Fortaleza/ Brasília. O mercado de trabalho local caracteriza-se por dois aspectos básicos: alta rotatividade e necessidade urgente de capacitação de mão de obra. O resultado desse binômio é um desafio gigantesco para o mercado de trabalho cearense refletido no número de demissões sem justa causa, que, no Estado, chega a 1.087.308 entre janeiro de 2007 e agosto deste ano – o que representa 70% do total dos desligamentos (1.547.464) no período, no Ceará. Os dados são do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
No Brasil, as dispensas sem justa causa, em igual intervalo, somaram 41,9 milhões de um total de 76,8 milhões, o que significa um índice de 54,5%. O resultado da média nacional é 15,5 pontos percentuais inferior ao registrado no Ceará.