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BC vê inflação maior e chance de estourar meta

By 30/09/2011No Comments
O BC revisou para cima o consumo das famílias e do governo, ao contrário do investimento, que vai crescer menos FOTO: TUNO VIEIRA

O BC revisou para cima o consumo das famílias e do governo, ao contrário do investimento, que vai crescer menos FOTO: TUNO VIEIRA

A projeção não considera, no entanto, o nível atual do dólar. A taxa utilizada foi de R$ 1,65, valor do último dia 9

Brasília O Banco Central aumentou a previsão de inflação neste ano de 5,8% para 6,4% e avalia que há 45% de chance de que os preços fiquem acima do limite da meta fixada pelo governo. A meta de inflação é de 4,5%, com tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Ontem, os preços acumulam alta de 7,23% em 12 meses. A projeção não considera, no entanto, o nível atual do dólar. O BC usou na conta uma taxa de R$ 1,65, valor em que estava no dia 9 de setembro.

O BC também não colocou no cálculo o impacto de novas reduções da taxa básica de juros, que está hoje em 12% ao ano. Para 2012, a previsão caiu de 4,8% para 4,7%. Nesse caso, as estimativas para o dólar e juros também estão defasadas. A instituição também calcula a inflação com base nas previsões do mercado financeiro. Nesse caso, a estimativa de 2011 também é de 6,4%. Para 2012, passou de 4,9% e para 5,0%.

25% de crise

O BC calculou ainda como ficaria a inflação se a crise externa tivesse um impacto sobre o Brasil equivalente a 25% do que aconteceu em 2008/2009.

A instituição considera uma crise “mais persistente e menos aguda”. Nesse cenário, a inflação também fica em 6,4% neste ano e recua para 4,7% em 2012. Os números fazem parte do Relatório Trimestral de Inflação divulgado ontem.

Contudo, os efeitos da crise internacional serão suficientes para conter o aumento dos preços no Brasil neste ano e em 2012. Apesar de a inflação estar no limite fixado pelo governo, de 6,5%, o BC acha possível fazer cortes “moderados” nos juros e ainda assim reduzir a pressão inflacionária.

Declínio

“A expectativa é que haja queda da inflação no mundo em 2012, não só no Brasil. Certamente, isso não vai vir da política monetária “, disse o diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton. Segundo ele, a crise nos países desenvolvidos “piorou demais”, o que contribuirá para reduzir o consumo e, consequentemente, a inflação no mundo. No Brasil, ele disse que os sinais da piora externa já se manifestam no câmbio e na Bolsa de Valores de São Paulo, em queda no ano.

Redução no crescimento

No relatório de ontem, o BC reduz a previsão para o crescimento econômico, de 4% para 3,5%. O BC também revisou para cima suas estimativas de consumo das famílias e do governo, ao contrário do investimento, que vai crescer menos, segundo suas projeções.

Fonte http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1049334

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