cultura e lazer
Fora os restaurantes e bares, o bairro tem 31 equipamentos culturais esquecidos pela maioria da população
Feijoada, bolinha de carne cozida, café, tapioca, teatro, passeio urbano, festival de música, atividades infantis, cinema, arte e muita gente bonita reunida. É possível encontrar todas essas atividades em um só bairro que, muitas vezes, se torna invisível para os fortalezenses depois que o comércio fecha as portas no fim de semana – o Centro.
Atualmente, segundo a Secretaria Executiva do Centro (Sercefor), o bairro conta com 31 equipamentos culturais, que, apesar de estarem sendo frequentados por uma parcela da população, é novidade para muitos. “Eu sempre trago as minhas filhas para cá. Aqui, elas andam de bicicleta e se divertem enquanto eu posso comer uma feijoada gostosa, tomar um café escutando uma boa música ou acessar a Internet”, diz a consultora de vendas Naiana Serra, com relação ao Passeio Público, uma das mais antigas praças de Fortaleza.
O espaço, que foi construído em 1890 em estilo neoclássico, é ponto de encontro de famílias, profissionais liberais, trabalhadores e dos adeptos da boa música. Ao redor do Café Passeio, que funciona de segunda à domingo, dezenas de pessoas se reúnem diariamente.
Segundo a proprietária do local, a publicitária Roseana Lins, durante a semana o café funciona de 11 às 15 horas para almoço, aos sábados os visitantes podem usufruir de uma feijoada e música ao vivo das 12 às 21 horas.
Outro atrativo no Centro é a gastronomia. Na Rua Meton de Alencar, 549, funciona o restaurante da Zena que há 42 anos faz sucesso entre os amantes da culinária. Lá, é possível encontrar políticos, jornalistas, advogados, idosos, um público que adora feijoada e bolinho de carne cozida, os pratos principais da casa. O servidor público, Mauro Ângelo Cardoso, frequenta o lugar há 21 anos. Segundo ele, o restaurante é ponto de encontro para ele e os amigos desde o tempo da faculdade. “Trabalho no Centro e costumo almoçar aqui sempre, aos sábados, minha visita é sagrada”, ressalta.
Ainda segundo ele, estabelecimentos como esse estimulam a requalificação do Centro. A proprietária do restaurante, Zenilda Lopes Bezerra, afirma que aos sábados chega a receber mais de 700 clientes. Para ela, o Centro é um bairro excelente, contudo falta consciência das pessoas que sujam as ruas e não cuidam do patrimônio público.
Passeio
Próximo dali, na Rua Floriano Peixoto, no Centro Cultural Banco do Nordeste, fica o ponto de partida do passeio realizado pelo projeto Percursos Urbanos, que acontece aos sábado, das 15 às 18 horas. Com temáticas variadas, apresenta as ruas do Centro e outras avenidas de Fortaleza. Mas, não para por ai. No Centro Cultural acontecem festivais de música e, aos domingos, uma programação voltada para o público infantil.
Dicas
Bar e Restaurante Zena – Rua Meton de Alencar, 549, Centro Telefone: (85) 3226.3690
Centro Cultural Banco do Nordeste – Rua Floriano Peixoto, 941 – Centro – Telefone (85) 3464.3108
Museu do Ceará – Rua São Paulo, 51 – Centro -Telefone: (85) 3101.2611
Sobrado Dr. José Lourenço – Rua Major Facundo, 154 – Centro – Telefones: (85) 3101.8826 / 3101.8827
Theatro José de Alencar – Rua 24 de Maio, 600 – Telefones: (85) 3101.2596 / 3101.2603
Instituto Histórico Geográfico e Antropológico do Ceará – Rua Barão do Rio Branco, 1594 – Centro, Telefone: (85) 3231.6152
MELHORIAS
População anseia por equipamentos requalificados
Palco de diversas manifestações culturais e belíssimas praças, o Centro, segundo o historiador, Marcio de Sousa, durante o século XIX e XX, era o ponto de encontro de escritores, jornalistas, poetas e intelectuais. Lá, eles se reuniam nos cafés e debatiam fatos políticos e sociais.
Segundo Márcio de Sousa, o surgimento de novas casas comerciais e o excesso de publicidade escondendo a beleza das antigas edificações, danificou a arquitetura do bairro. Segundo ele, apesar de existir dezenas de equipamentos culturais, a maioria é desvalorizada, além de existir um enorme preconceito pelos próprios fortalezenses.
Para a socióloga Diocleide Ferreira, não adianta existir revitalização se não houver inclusão. Apesar de alguns espaços, estarem reformados e funcionando, o público é basicamente a classe média. Segundo ela, é necessário reformar sim, mas oferecendo lazer para todas as classes.
Reformas
Segundo a secretária do Centro, Luiza Perdigão, o objetivo é reformar e requalificar 11 Praças no Centro, ainda este ano. Já em 2012, serão realizados diversos projetos culturais. Além das reformas, para garantir a segurança no bairro a prefeitura comprou cerca de R$ 1 milhão em câmeras de vídeo. através do programa Cinturão Digital.
KARLA CAMILA
REPÓRTER
Fonte http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=999420