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Comércio ambulante cresce com proximidade do Natal

By 01/11/2012No Comments

CENTRO
Camelôs podem ser vistos até em locais de onde eles já foram retirados, como a Praça José de Alencar
 

A gestão municipal está em transição e os problemas relacionados ao comércio ambulante no Centro de Fortaleza não só continuam como tendem a piorar nos últimos dois meses do ano. Com a proximidade do Natal e Revéillon, a presença de vendedores não cadastrados pela Prefeitura se intensifica nas ruas, inclusive, em locais de onde já foram removidos, como a Praça José Alencar, por exemplo.

A vendedora Ana Cláudia da Silva, 32 anos, é cadastrada e comercializa óculos e relógios na Rua General Sampaio há dez anos. Segundo ela, o número de ambulantes começa a aumentar a partir de novembro. Eles vêm de vários bairros para aproveitar o lucro ocasionado pela grande demanda de consumidores no fim do ano.

Todos os dias, Ana Cláudia apura cerca de R$ 100. Nos dois últimos meses do ano, esse valor dobra. “É muita gente circulando nas ruas. Dá para garantir R$ 200 todos os dias. Não me sinto prejudicada com a presença dos ambulantes que só chegam nessa época, porque tem clientes para todos”, declara.

Sâmia Freitas, 26 anos, comercializa roupas e concorda que é preciso retirar os ambulantes do espaço público, desde que eles sejam transferidos para locais organizados. “A gente vende porque precisa, mas não é bom ficar na rua”, afirma.

Soluções
De acordo com a titular da Secretaria Executiva Regional do Centro (Sercefor), Luciana Castelo Branco, a fiscalização será feita normalmente, assim como nos outros meses. “Vamos retirar a mercadoria de quem não for regularizado”, adianta. Por outro lado, a secretária avalia que precisa do apoio da Polícia Militar do Ceará (PM-CE), principalmente, na Praça José de Alencar, na Avenida Alberto Nepomuceno e na Rua José Avelino.

Luciana Castelo Branco destaca, ainda, que a atual gestão deixou tudo encaminhado para a instalação dos cinco camelódromos no Centro, que terão capacidade para abrigar quatro mil feirantes, além de 7.900 vagas de estacionamento.

“Está tudo em processo de licitação. Cabe ao próximo gestor dar continuidade ao projeto. A gente espera que isso aconteça nesse novo cenário político”, ressalta a secretária.

O prefeito eleito, Roberto Cláudio, esteve na redação do Diário do Nordeste, ontem, e informou que vai retirar os feirantes das ruas do Centro e criar shoppings populares. Porém, não adiantou se os equipamentos ficarão nos locais destinados aos camelódromos.

“Vamos procurar sempre preservar o diálogo com eles. São trabalhadores que precisam viver com dignidade. No começo da gestão, vamos sentar para buscar as soluções e garantir o bom funcionamento do Centro”, garante o futuro prefeito.

Concorrência
Segundo o presidente do Sindicato Varejista e Lojista de Fortaleza (Sindilojas), Cid Alves, os ambulantes precisam ser realocados com urgência. Para cada camelô, explica, são três desempregados no comércio formal. Conforme ele, essa análise foi feita pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Comércio (IPDC), há sete anos.

“É preciso uma alternativa para eles, que não podem fazer concorrência desleal, principalmente neste período em que se vende mais. As calçadas são intransitáveis. As esquinas das ruas General Sampaio com Guilherme Rocha e a Barão do Rio Branco com Liberato Barroso são pontos emblemáticos. A fiscalização tem que ser mais intensa”, pontua.

Sobre a falta de apoio policial, alegada pela titular da Sercefor, a reportagem tentou contatar a PM-CE, mas, até o fechamento desta edição, não foi atendida.

RAONE SARAIVA
REPÓRTER

Fonte: Diário do Nordeste
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