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Feira deixa rastro de poluição na Av. Alberto Nepomuceno

By 10/12/2012No Comments
Restos de alimentos, sacos plásticos e papeis se acumulam na via pública na área onde funciona, nos fins de semana, a feira da Rua José Avelino. Ontem, até mesmo os compradores e feirantes reclamavam da sujeira FOTO: NATASHA MOTA
Restos de alimentos, sacos plásticos e papeis se acumulam na via pública na área onde funciona, nos fins de semana, a feira da Rua José Avelino. Ontem, até mesmo os compradores e feirantes reclamavam da sujeira FOTO: NATASHA MOTA

JOSÉ AVELINO
Feirantes começam a sair da Rua José Avelino e provocar também dificuldades ao tráfego de veículos na área

Lixo, desorganização, acúmulo de pessoas e trânsito engarrafado. É um quadro que se repete praticamente todos os fins de semana na Avenida Alberto Nepomuceno, nas proximidades do cruzamento com a Rua José Avelino, onde acontece a feira que atrai compradores de vários bairros de Fortaleza, do Interior do Ceará e de outros estados.

Restos de comidas, sacos plásticos, pedaços de isopor, toras de madeira e papeis. Tudo isso e mais diversos outros detritos vão se acumulando desde o sábado. No domingo, já no começo da noite, a situação torna-se ainda mais caótica para os passantes, turistas, compradores e até mesmo para os feirantes.

Sob o viaduto Alberto Nepomuceno, a concentração de pessoas costuma ser maior, o que obriga os carros a passarem com lentidão. Nos cantos das calçadas e nos passeios, o espaço público é literalmente invadido pelo lixo. Na área, não é visto um container. Os compradores reclamam da desorganização, que se torna ainda maior porque os feirantes já começaram a sair da área que lhes foi destinada pela Prefeitura, a Rua José Avelino até próximo ao Dragão do Mar.

O fato é que em algumas barraquinhas montadas na Av. Alberto Nepomuceno a comercialização de peças íntimas, bermudas, blusa e vestidos ocorre concomitantemente à venda de comida, atividade que contribui sobremaneira para a poluição.

Diversidade de alimentos
Naquele local, o frequentador faminto pode optar: churrasquinhos, sanduíches, pratinhos de baião de dois, paçoca, picolé, milho assado ou cozido são algumas das opções oferecidas. Os restos de alimentos vão rapidamente para o chão, sem que ninguém acondicione e coloque em depósitos coletores.

“Era para ter alguém de algum órgão público organizando essa sujeira”, disse Cláudia Matias, que ontem à tarde chegou de São Luís, no Maranhão, e foi comprar confecção para levar ao seu Estado de origem.

Satisfeita com os preços, lamentou não ter vindo desde o sábado, “pois, neste período do ano, a gente recebe mais procura”. Cláudia é uma dos inúmeros compradores de mercadoria da Feira da Rua José Avelino, que repassam os produtos adquiridos ali para terceiros revenderem. Conhecidos como “sacoleiros”, esses comerciantes vêm em grupo e em ônibus de diversos lugares da Região Nordeste.

A comerciante opina que a feira “precisaria receber mais atenção da Prefeitura”. Para ela, se o lixo fosse recolhido diariamente e o comércio disciplinado seria melhor para todo mundo.

Observou, também, que existem na área muitos tipos de lanches, mas nenhum local decente para se almoçar ou jantar. “Tive que almoçar isso aqui”, enfatizou, mostrando o churrasquinho que estava comendo em pé.

Por outro lado, a dona de casa e faxineira Ozenise Bezerra de Azevedo, que mora em Caucaia, no bairro da Jurema, observou que “ninguém faz a sua parte”. Admite que se cada um evitasse jogar os detritos na via pública a feira seria um local melhor para se frequentar. Ozenise acrescentou que comprou, ontem, um boné para seu filho, Davi, de nove anos. “Mandei ele colocar logo na cabeça e entreguei o saco plástico ao vendedor. É melhor do que jogar fora, como faz a maioria”, citou a compradora.

A Feira da José Avelino começa a funcionar no sábado a partir das 16 horas e vai até as 17 horas do domingo. Segundo o fiscal do Mercado Central, Marcos Ribeiro, esse comércio foi transferido para aquele local há cerca de seis anos, desde que foi retirado do entorno da Catedral de Fortaleza. “O pior é que eles (os feirantes) já estão extrapolando a área permitida e trazendo muito lixo para cá”, ressaltou, queixando-se de ser comum a entrada de veículos no estacionamento do Mercado Central – que no domingo funciona até as 13 horas – ficar prejudicada pela movimentação na feira.

A reportagem tentou ouvir sobre o problema a titular da Secretaria Executiva Regional do Centro (Sercefor), Luciana Castelo Branco. Às 18 h, ela atendeu ao telefone e disse que estava dirigindo em uma rodovia federal, mas que às 21 h estaria na Capital. Procurada até as 22h15, não voltou a falar com a equipe.

MOZARLY ALMEIDA
REPÓRTER

Fonte Diário do Nordeste