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Feiras livres da Capital devem ser padronizadas

By 18/09/2011No Comments
As barracas serão divididas por cores de acordo com o tipo de produto comercializado, assim como as batas dos feirantes, que responderam questionário socioeconômico  KIKO SILVA

As barracas serão divididas por cores de acordo com o tipo de produto comercializado, assim como as batas dos feirantes, que responderam questionário socioeconômico KIKO SILVA

modernização
Na Prefeitura já estão em fase de conclusão dos cadastros de feirantes; objetivo é organizar a tradicional atividade

O hábito antigo enraizado na cultura do fortalezense da periferia de ir à feira do bairro parece não se importar com as mudanças impostas pelo crescimento urbano, ditados pela força econômica dos supermercados, que já “engoliram” as antigas mercearias e, hoje, tentam dizimar as chamadas feiras livres. No entanto, estas têm conseguido resistir ao tempo, como verdadeiros fenômenos sociais.

Ocupando espaços permitidos de maneira desordenada ou até mesmo irregulares, causando, às vezes, poluição ao meio ambiente, sem se falar na falta de higiene de determinados produtos comercializados, as feiras constituem-se também num verdadeiro caos.

Insegurança, clandestinidade, tráfego inviabilizado, origem não determinada de alguns produtos, prazo de validade vencido e pesagem duvidosa caracterizam este comércio informal que mobiliza milhares de pessoas e envolve milhões de reais.

Com 61 feiras livres espalhadas por toda a cidade, esta atividade econômica que é ainda fonte de subsistência para milhares de famílias, está passando por um processo de modernização, padronização e humanização. A Prefeitura de Fortaleza, autora do projeto, conta com um grupo de trabalho representado por integrantes das seis secretarias executivas regionais que já está em fase de conclusão do cadastramento de todo o feirante de Fortaleza.

Atualmente, foram feitos levantamentos sobre o número de feirantes, aplicação de questionário socioeconômico e metas de incentivo à organização dos mesmos em associações.

São objetivos do projeto ordenar de maneira racional o uso do espaço urbano; promover a limpeza do local antes e depois da feira, com a colocação de lixeiras e a disposição de posto institucional com serviços de segurança, conferência de peso e de fiscalização, inclusive com agentes de vigilância sanitária, a cargo da própria Regional.

A adequação de atividades vai obedecer aos padrões pré-estabelecidos para a cobertura de barracas, e estas terão de atender às cores especificadas de acordo com o tipo de produto comercializado: azul (tempero, miudezas e confecções), verde (frutas e verduras) e vermelho (carnes e peixes). Os feirantes também deverão usar batas seguindo as cores padronizadas.

Recursos extras

Os comerciantes vão ter de dispor de recursos extras, e isto está sendo tentado junto a uma linha de credito fornecida por um agente financiador. Com a possibilidade de se tornar um microempreendedor individual, o feirante também estará credenciado a contribuir com a Previdência Social, visando adquirir diversos benefícios por ela ofertados como aposentadoria, auxílio – doença, salário – maternidade, dentre outros.

Além disso, o microempreendedor conseguirá com mais facilidade o acesso ao crédito. Desde maio último, em razão de uma medida provisória, a contribuição previdenciária do microempreendedor individual foi alterada de 11% para 5% do salário mínimo, equivalente a R$27,25. A Prefeitura prevê que, até o fim do primeiro semestre de 2012, as feiras livres dos bairros da cidade estejam, devidamente organizadas.

Ordenação

61 Feiras livres estão espalhadas pela cidade. A ação visa ordenar de maneira racional o uso do espaço e promover a limpeza do local antes e depois do comércio

POLÊMICA
Projeto divide opiniões

A credibilidade na implantação final e os resultados obtidos favoráveis dividem a opinião de feirantes. Francisco Robério, 25 anos, que comercializa verduras há sete anos nas feiras do bairro da Secretaria Executiva Regional V (SER V), confia nas melhorias propostas pela Prefeitura. “Se realmente ficarem organizados os espaços e nos ajudarem a obter empréstimo para renovar nossas bancas, cobrindo com lona e adquirindo batas, as coisas vão mudar e para melhor”, acredita.

Já José Euclides Feijão, comerciante do ramo de confecções, teme que tudo isso não passe de mais uma promessa. “Por várias vezes, a Prefeitura prometeu organizar espaço e dar condições para melhoras, no entanto, entra ano e sai ano e nada de concreto”, disse.

O feirante José Salustiano Ferreira, de 66 anos, afirma que as melhorias já começaram e que não tem do que se queixar. “Trabalho vendendo tempero seco há 32 anos e, graças a minha atividade, estou criando meus 12 filhos, inclusive, consegui formar dois, uma é médica”, orgulha-se.

O público que comparece à feira é fiel e vai em busca de preços mais acessíveis. Este é o caso de Thaís Marques, 23 anos, moradora da Granja Portugal. “Não perco uma feira no bairro. Aqui eu compro, a batata, o tomate, a cenoura, todos fresquinhos, sem falar no precinho”, argumentou.

Cilene Ferreira, 29 anos, reclama que apesar de ter lixeira, as pessoas continuam jogando cascas e frutas estragadas no chão. Ela elogia o ordenamento do espaço e a distribuição das barracas com seus produtos.

A dona de casa Tânia Maria Barreto, 45 anos, defende que os produtos expostos para a comercialização devam ser fiscalizados com mais intensidade.

ADALMIR PONTE
REPÓRTER

Fonte: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1043393

passeio público
Visitantes maltratam baobá centenário

Os rabiscos são ferimentos que deixam as árvores mais vulneráveis aos fungos, segundo a Emlurb  JOSÉ LEOMAR

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Os registros, embora sejam uma forma de as pessoas mostrarem que passaram pelo local, são prejudiciais à espécie

“Iaiá, esse baobá foi teu avô Senador quem plantou. Diz que trouxe a semente lá da África, da outra banda, repetia Joana o que ouvira Senha Liduína contar”. A citação, do romance “Luzes de Paris e o fogo de Canudos”, da escritora cearense Angela Gutiérrez, é prova de que o baobá centenário da Praça dos Mártires, mais conhecida como Passeio Público, já faz parte da memória de Fortaleza.

 

 

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