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Fim de ano. Começou a temporada de compras = O Povo

By 29/11/2015No Comments

O cenário econômico não diminui a disposição do brasileiro para presentear no Natal, mas deixa os consumidores mais exigentes. O varejo se prepara para recebê-los

Mais brasileiros estão dispostos a presentear neste Natal, mas com tíquete médio menor. Entre os lojistas, expectativas são positivas

 (Foto: Fabio Lima/O POVO)

Mais brasileiros estão dispostos a presentear neste Natal, mas com tíquete médio menor. Entre os lojistas, expectativas são positivas

Amigo secreto, confraternização e aniversário têm em comum um elemento que compõe o ritual natalino e que se soma às mensagens de paz e orações. O presente é cultural e social, mesmo que seja pra si mesmo.
A intenção de comprar presente do brasileiro neste Natal é de 84%. Subiu quatro pontos percentuais sobre a data em 2014, conforme pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).

A crise econômica não abala a afetividade do brasileiro, que deve se sobressair em criatividade. Já que, apesar da intenção de presentear, o valor das compras deve ser menor, conforme esperado pelo setor.
No Ceará, o 13º salário vai injetar na economia R$ 4,27 bilhões até o final do ano, o que representa 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado. Pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e CNDL mostra que quatro em cada dez brasileiros (43%) vão utilizar parte do 13º para a compra de presentes de Natal.

Apoiado nesses três indicativos impulsionadores da economia, o varejo se preparou para atrair e conquistar um consumidor mais exigente e seletivo, adaptado ao cenário econômico.
A estratégia da Ibyte Computadores, por exemplo, é incentivar presentes tecnológicos a partir de R$ 20, conforme revelou o diretor de marketing da Ibyte, Pedro Ivo Frota. “Temos produtos para todas as faixas de presente. Produtos de tecnologia sempre são muito demandados”. A expectativa de crescimento é de 8% a 10% em relação ao ano passado. “As pessoas vão continuar comprando, mas com um valor menor”, explica Nelson Gurgel, gerente de marketing da empresa.
Luiziane Cavalcante, empresária das lojas Itamaraty, analisa que o dólar alto e outras dificuldades para viajar para fora do País farão com que os consumidores comprem mais neste final de ano. “Temos a estimativa de que o Natal vai ser bom, mesmo nesta conjuntura que estamos. Já estamos em promoção, porque as pessoas estão antecipando”, conta. Apesar de vender em até 10 pagamentos nas 16 lojas da marca, afirma que as pessoas estão preferindo comprar à vista.
Conforme explica Alci Porto, diretor-técnico do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-CE), houve uma otimização da gestão das empresas e um aperfeiçoamento na administração do capital de giro e do estoque.

“As empresas estão fazendo compras conjuntas. O Ceará só está atrás de São Paulo em número destas redes de negócios. Tudo isso está fazendo com que o efeito da crise seja reduzido”, analisa. Para ele, o que falta é o Governo Federal facilitar o acesso ao crédito e fazer melhorias no processo tributário.

Ele reforça que o lojista vai ter cuidado intenso na prestação do serviço que disponibiliza ao cliente. “Não deve, de forma alguma, desprezar a capacidade que os clientes têm de exigir pontualidade, qualidade e atendimento”, alerta Alci.

Esforço extra
Não deixar de realizar um desejo de consumo até requereu empenho em trabalhos e atividades extras. Ainda conforme a pesquisa da CNDL e do SPC Brasil, mesmo com o 13º salário, 38% dos entrevistados pretendiam desenvolver atividades para gerar renda extra. Objetivo é comprar mais ou melhores presentes no Natal.

O presidente da CDL-Fortaleza, Severino Neto, ratifica a sinalização de que haverá lojas cheias, mas com um tíquete de compras menor. “O bolso do cliente está mais curto, então terão que encontrar presentes que caibam ao consumidor. Assim o varejo está se organizando para este Natal. Vai ter presente para todos os bolsos”, comenta.
Planejamento

Se desde o ano passado, a situação financeira desfavorável alertou o consumidor para se preocupar mais com as contas, esse controle tornou-se um ponto que favorece ao consumo neste Natal. O médico Márcio Magalhães, 38, afirmou que se preparou para consumir neste final de ano.

“Eu considero na hora da compra: para quem eu estou comprando e a relevância desse presente que eu tenho interesse de dar. E, assim, fazendo economia na medida do possível, até aonde meus ganhos permitem”, diz e ressalta usar em seu favor o poder de barganha que o consumidor tem em uma economia desaquecida.
Márcio afirmou que não vai usar o dinheiro extra do final de ano para pagar dívidas. “Eu evito endividamento. Eu gosto de deixar tudo pago. Se um desconto à vista nem compensa tanto, aí eu parcelo. Mas tudo controlado”. (Colaborou Beatriz Cavalcante, [email protected])

NÚMEROS
84%  dos brasileiros pretendem comprar presentes neste Natal. Índice é quatro pontos percentuais maior que o registrado em 2014.

Por
Andreh Jonathas
[email protected]

Fonte.: Jornal O POVO.