falta sensibilização
Boa parte das lojas do Centro já estão fechadas às 19 horas. Do lado de fora delas, o resultado de um dia intenso de vendas na principal zona de comércio da Capital cearense: sacolas amontoadas e caixas de papelão à espera dos carros do lixo e varredores que começam a chegar, dividindo as ruas com um “exército” de catadores.
De coleta seletiva, pouco, ou nada, ainda se vê por lá, apesar do gigantesco potencial do bairro. Pelo menos o Código Municipal de Obras e Posturas do Município parece ser cumprido. Os lojistas, de maneira geral, colocam o lixo nas áreas externas do estabelecimento somente após às 18h, antes do horário estabelecido para a coleta, a qual ocorre diariamente.
Esforço deve ser maior
Para João Maia Júnior, presidente da Associação dos Empresários do Centro de Fortaleza (Ascefort), mais do que o esforço do varejo para minimizar e dar destinação os resíduos de maneira correta, é necessária a conscientização da própria população. “Existe a discussão do saco plástico. Tem um lobby muito grande para que se acabe o plástico e arranje o saco biodegradável. Esse saco não ganhou a simpatia e é mais caro. Isso vai cair na mesmice. As pessoas vão continuar jogando lixo no mar, na areia. Por que não conscientizar? É uma questão de educação, de ética e moral que muitas pessoas não têm”, defende.
No entendimento de Maia Júnior, para o Centro, o que falta, com relação ao lixo produzido no bairro, é que a própria população se “auto-fiscalize”. Já sobre coleta seletiva, o empresário não comenta. “É uma força-tarefa, como ocorreu no Japão, de cada um alertar ao próximo. A própria população é fiscal. Você começa a se auto-fiscalizar”, explica.
A sujeira do bairro, segundo afirma, decorre da atividade de ambulantes e catadores de lixo, que deixam espalhados pelas vias os detritos de suas atividades. “Cada um precisa ter a vigilância do seu próprio negócio. A questão é que mesmo colocando o lixo direitinho na rua, vem o catador, mexe, espalha tudo no chão e leva só o que ele quer”, critica.
A sua parte, o gari-varredor José Maria, de 37 anos, faz. É ele uma das dezenas de pessoas que trabalham no Centro depois que as portas das lojas são cerradas. Sua missão é justamente organizar aquilo que ficou fora das sacolas, pela falta de conscientização de lojistas ou populares. “Aqui a gente não separa o lixo, mas recolhe o que está na rua, em sacos plásticos, para o caminhão levar quando passar”, detalha. (DB)
Fonte http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1043310
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