REFLEXÃO DAS SEXTAS N. 10 11/2/2011
É ponto pacífico que o setor têxtil é de vital importância para a nossa Economia, e que a demanda por mão de obra nessa área industrial é imensa e precisa ser constantemente formada, preparada.
Diante disso, o Sinditêxtil fechou um acordo com o Governo para coordenar um curso de formação de costureiras.
O Governo exigiu que o curso atendesse a um grupo de 500 mulheres que recebem o Bolsa Família. Insisto: só para aquelas que recebem do Programa Bolsa Família.
O importante acordo foi fechado conforme seguintes atribuições: o Governo entrou com o recurso; o SENAI, com a formação das costureiras, mediante um curso de 120 horas/aula; e o Sinditêxtil, com o compromisso de enviar o cadastro das formadas às inúmeras indústrias do setor, que dariam emprego às novas costureiras, notadamente, pela carência de mão obra, a idéia não poderia ser melhor.
Seguindo a programação, o curso foi concluído e, em seguida, os cadastros das costureiras habilitadas foram enviados para as empresas, que se prontificaram a fazer as contratações de forma imediata.
Surpreendentemente, nenhuma contratação foi realizada. Que absurdo! Amigos, sem exageros, o número de contratações foi ZERO. Podem acreditar, foi zero! Ninguém foi contratado.
Enquanto eu ouvia o relato, fique muito feliz com a idéia, achei até que poderia levá-la para outros segmentos. Dada a maneira inovadora e ímpar, jamais imaginei um pífio desfecho, tendo em vista as Instituições envolvidas no mencionado processo. Não estou carregando nas tintas, mas fiquei decepcionado.
Para completar, o diretor do Sinditêxtil afirmou que “todas as costureiras, por estarem incluídas no Bolsa Família, negaram-se a trabalhar com carteira assinada. Para todas as 500 costureiras que fizeram o curso, o Bolsa Família é um benefício que não pode ser perdido”. Em decorrência do programa Bolsa Família, nenhuma delas admite perder o subsídio
De forma uníssona, a condição imposta pelas 500 formadas é de que não se negocie a perda do Bolsa Família. Para trabalhar como costureira, só recebendo por fora, na informalidade. Como as empresas se negaram, nenhuma costureira foi contratada.
Creio que por essas mesmas agruras outros segmentos também devem estar passando; e fico imaginando o que fazer para que haja uma correção desse tipo de procedimento.
Assis Cavalcante
Lojista e Advogado