Notícias

Setor atacadista cearense mostra vigor e avança 13%

By 24/06/2011No Comments
Frota atacadista do Estado conta com cerca de 1.650 veículos, entre caminhões pesados e leves  FOTO: KID JÚNIOR

Frota atacadista do Estado conta com cerca de 1.650 veículos, entre caminhões pesados e leves FOTO: KID JÚNIOR

Superando bem o período de crise, setor tem as classes C e D como principais motores do crescimento

O setor atacadista distribuidor no Ceará apresentou crescimento real de 13% (18% nominal) em 2010, em relação ao ano anterior. Segundo o presidente da Acad (Associação Cearense de Atacadistas e Distribuidores), Adailton Pinto Melo, o segmento movimentou cerca de R$ 1,5 bilhão no ano passado. “Os números envolvem mais de 400 empresas, sendo que cerca de 30 representam 80% dos negócios”, afirma.

Considerando apenas as nove maiores empresas do setor, o crescimento foi de 19,4% em 2010 em relação ao ano anterior. O aumento nominal foi acima da média nacional (14,6%). O desempenho foi apurado pelo ranking Abad/Nielsen. A maior empresa atacadista do Estado faturou, sozinha, R$ 300,4 milhões. A nona maior apurou R$ 17,7 milhões.

Poderio dos emergentes
O aumento do poder aquisitivo das classes C e D é apontado por Melo como a principal influência para este crescimento. “Há uma demanda reprimida muito grande”, afirma. “É por isso que o Nordeste é a bola da vez”. De acordo com ele, este crescimento deve continuar, acima da média nacional, por até 20 anos. “São muitos investimentos que estão vindo pra cá. É a Copa do Mundo”, comemora.

Movimentando esta ascendente cadeia, a frota atacadista conta com 1.650 veículos, entre caminhões pesados e leves, no Ceará. Apesar dos bons resultados, o setor lamenta a falta de infraestrutura.

“As rodovias federais são um grave problema, tanto nas condições das estradas, quanto na falta de segurança”, avalia.

“O setor sofre com assaltos e outras surpresas desagradáveis nas estradas. É uma deficiência que leva um custo adicional ao produto com o gasto com seguro”, lamenta.Clique para Ampliar

No País
No Brasil, o segmento anotou expansão real de 8,2% em 2010 (14,6% nominais) frente ao ano anterior. O faturamento alcançou R$ 151,2 bilhões.

O resultado, que reúne dados de 412 empresas atacadistas distribuidoras, está acima do salto registrado do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro de 7,5% no ano passado e o maior do País desde 1986.

Os números superaram as expectativas da Abad (Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores), que previa expansão de 6%, e demonstram que o segmento saiu da crise econômica mundial fortalecido, isto porque o aumento de 8,2% contabilizado em 2010 é o dobro do registrado em 2009.

A participação do atacado nas vendas tem permanecido estável e significativa, acima dos 50%, nos últimos seis anos. Em 2010, correspondeu a 52,8% de tudo que foi distribuído no mercado mercearil do País e atendeu a mais de 1 milhão de pontos de venda.

“Nos últimos 10 anos, tivemos um crescimento muito grande nessa participação e, agora, observa-se uma estabilização desse patamar. Isso é muito saudável, representa o equilíbrio da cadeia de abastecimento”, afirma Carlos Eduardo Severini, presidente da Abad.

Interior ganha força
Entre os destaques apresentados pelo ranking este ano, está o crescimento do atacado regional. O mercado do interior do País ganhou impulso com o aumento da renda nas classes C, D e E, com o consequente incremento no consumo, tanto em volume quanto em diversidade de produtos comprados.

Em paralelo, o pequeno e médio varejo, que atendem grande parte da população, estão mostrando níveis de crescimento. “Essas classes socioeconômicas se abastecem em pequenas lojas, no varejo de vizinhança, que por sua vez são atendidas pelos atacadistas e distribuidores”, explica Severini. O presidente da entidade aponta, ainda, que a capacidade de as empresas atacadistas distribuidoras se adaptarem às novas realidades do país, com investimentos nas áreas de infraestrutura e operacional, foi essencial para os bons resultados.

Geração de empregos
A pesquisa revela que o segmento empregou 10% a mais em 2010, oferecendo quase 72 mil postos formais de trabalho. “Estamos passando por uma mudança no modelo de gestão de recursos humanos, empregando mais e investindo muito em tecnologia e no treinamento dessa mão-de-obra”, completa.

CAROL DE CASTRO
REPÓRTER

Fonte http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1001635

Leave a Reply