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Estes incômodos 2% no PIB e uma estratégia que não há – OP

By 22/11/2015novembro 24th, 2015No Comments
Porto do Pecém: equipamento é estratégico para a agenda econômica do Estado

Porto do Pecém: equipamento é estratégico para a agenda econômica do Estado

Como o Ceará pode sair dos seus históricos e pífios 2% do PIB nacional e um incômodo 13º lugar no País? A resposta deveria compor uma agenda de iniciativas públicas e privadas – e também público-privadas – capazes de gerar uma via pela qual o Estado acelere. Noutros termos, planejamento. Contudo, o que se vê no Ceará de hoje e de anos passados também é uma sucessão de âncoras pontuais a ocupar o imaginário popular e a agenda do Governo estadual. Já foi uma refinaria, hoje é um hub de uma companhia aérea e uma siderúrgica – esta última a única provida de concretude.

A sinalização do governador Camilo Santana (PT) para um movimento semelhante ao admitido pelo Governo Federal – o de entregar ao setor privado a operação daquilo que não tem como funcionar bem em mãos públicas – já vai completar seis meses. Meio ano. Nossos repórteres são insistentes, mas a resposta é sempre que segue em estudos. Além de serviços, investimento estruturantes. Coisa que exige dinheiro, algo que o Governo não tem, tanto que vai aumentar impostos.

A propósito, a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) quando estiver operando em sua plena capacidade, deverá faturar por ano US$ 1,7 bilhão, exportando US$ 1,6 bilhão, com US$ 1,2 bilhão em geração de divisas. Por capacidade plena, leiam-se 3 milhões de toneladas por ano – até o fim de 2016. O investimento é de US$ 5,4 bilhões. Traduzindo, a entrada em operação da CSP dará a partida, com exportação e efeito de encadeamento (cadeia de suprimentos). Não é tudo o que poderia ser caso não estivesse protegida pelas regras de uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE), o que implica exportar 80% da produção e importar com liberdade. De todo modo, tem seu impacto.

O economista cearense José Nelson Bessa Maia, do quadro técnico do Ministério da Fazenda, defende que o Ceará precisa dar um novo salto na sua estratégia de desenvolvimento para sair dos modestos e estagnados 2% do PIB nacional. “Precisa, em última análise, de uma estratégia inovadora de estruturação de sua base econômica que seja capaz de alavancar exportações (hoje praticamente estagnadas); reativar sua decadente agroindústria e indústrias tradicionais e agronegócio e desenvolver vantagens comparativas dinâmicas em segmentos modernos ligados à tecnologia da informação e serviços”.

Fonte: Jornal O POVO

Vertical s/aJocélio Leal
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